terça-feira, 25 de março de 2014

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A crise na Crimeia pode ser a origem de uma nova ordem mundial?

 

O G7 está de volta depois que os países do países mais industrializados do mundo, agrupados no chamado G8, decidiram excluir a Rússia na última segunda-feira.
Sob a liderança do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os presidentes do grupo - que também inclui Alemanha, Canadá, França, Japão, Itália e Reino Unido - se reuniram em Haia, na Holanda, sem a delegação russa, em represália à anexação da Crimeia por Moscou.



O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, assegurou que a decisão é uma "grande tragédia" para seu país.
Os acontecimentos na Ucrânia mudaram profundamente as percepções ocidentais em relaçãoà Rússia, e é muito difícil imaginar uma volta rápida à normalidade.
Ao chegar à Holanda para a reunião, Obama disse que os EUA e a Europa haviam se unido na imposição de sanções que traria "consequências significativas para a economia russa".
O ex-embaixador da ONU em Moscou, Michael McFaul, escreveu que o presidente russo, Vladimir Putin, "se aproveita do embate com o Ocidente...(e) mudou sua estratégia".
Mesmo assim, o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, disse no Twitter que o prognóstico sombrio de McFaul subestima o problema já que o presidente russo estava "se baseando em ideias ortodoxas profundamente conservadoras".
Quando os responsáveis pelas boas relações entre Oriente e Ocidente falam dessa forma, não é um bom sinal.
Será que isso é uma segunda Guerra Fria ou apenas um reajuste na política mundial?
A resposta dependerá em boa parte das decisões que serão tomadas nos próximos dias: uma invasão do leste da Ucrânia poderia gerar uma grande guerra, mas a consolidação da mão firme russa na Crimeia, com ações secretas de apoio a grupos militares russos em Donetsk ou Jarkov, criaria um dilema ainda mais difícil para os governos ocidentais.

Clima de tensão

Mesmo assim, como o Kremlin parece não ter intenção de mudar de posição quanto à Crimeia e abriu a possibilidade de uma intervenção para apoiar os russos na Moldávia ou nas repúblicas do mar Báltico (que são membros da OTAN), é evidente que o novo clima de tensão não vai ser atenuado rapidamente e ainda pode se agravar.
Até agora, a percepção pública da dependência europeia em relação ao comércio com a Rússia levou muitas pessoas a considerarem improvável que sejam impostas sanções significativas.
Mas quem tem essa opinião pode estar subestimando o quanto os líderes europeus estão em acordo (até o momento de forma privada) sobre tomar medidas mais duras. Ou o quanto de culpa sentem por não ter agido com mais eficiência há anos.
As "medidas específicas" promulgadas até o momento pelos EUA e a União Europeia (UE) simplesmente penalizam alguns amigos de Putin e seus aliados políticos. As sanções que foram a princípio combinadas entre os líderes da UE na semana passada contra empresas russas poderiam levar a uma verdadeira guerra comercial.
Também na semana passada, a Comissão Europeia se comprometeu a intensificar seu esforço em reduzir a dependência energética em relação à Rússia. E é nesta área que os líderes europeus têm mostrado seu ressentimento por terem sido enganados por Putin e terem permitido que as coisas voltassem ao normal.
A interrupção do fornecimento de gás russo em 2006 e a guerra de 2008 com a Geórgia já havia levado a promessas de reduzir a dependência energética.
Mas, na época, muitos culparam a Geórgia por provocar os militares russos e queriam rapidamente voltar a fazer negócios com os países do bloco conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que estavam em seu auge.

fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140325_crimeia_russia_exclusao_rb.shtml

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